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R7 Brasília

Advogado de Bolsonaro fala em ‘contradições’ de Cid: ‘Memória absolutamente seletiva’

STF começou a ouvir réus do ‘núcleo 1′ do processo sobre a tentativa de golpe de Estado

Brasília|Gabriela Coelho, Victoria Lacerda e Rute Moraes, do R7, em Brasília

O tenente-coronel Mauro Cid durante depoimento ao STF Reprodução/YouTube STF - 09/06/2025

Após o fim do primeiro dia da fase de interrogatórios do núcleo 1 da ação penal sobre a tentativa de golpe de Estado, o advogado Celso Vilardi, que atua na defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), criticou, nesta segunda-feira (9), a oitiva do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e delator no processo.

“Vimos hoje um colaborador que, toda vez que é colocado em uma situação de contradição, diz que esqueceu. Ele tem uma memória absolutamente seletiva: lembra de alguns fatos, esquece de outros”, avaliou Vilardi a jornalistas.

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Ao longo de seis horas, o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes, relator do processo, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, o ministro Luiz Fux e as defesas dos oito réus inqueriram Cid e o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ). As oitivas podem durar até a sexta-feira (13).

O interrogatório de Cid tomou a maior parte do tempo em virtude da colaboração premiada. Em seu momento de fala, Vilard questionou o tenente-coronel, tentando-o fazer cair em contradições para desvincular Bolsonaro de atos como as ações extremistas que aconteceram em Brasília em 8 de janeiro de 2023.


O advogado fez questionamentos que levaram Cid a dizer que o ex-presidente jamais agiria “fora das quatro linhas da Constituição” e que Bolsonaro “não mobilizou” os acampamentos extremistas que estavam em frente aos quartéis generais pelo Brasil.

Em outro momento, ao ser questionado por Vilard, o delator afirmou que Bolsonaro “nunca expressou a ideia de ‘temos que achar uma fraude para um decreto”. Contudo, horas antes, Cid havia dito justamente ao contrário: que Bolsonaro buscava indícios de fraudes nas urnas eletrônicas para basear uma ruptura institucional com a democracia.


“Seja como for, a acusação fala de uma trama que o presidente tá envolvido com ‘Punhal Verde e Amarelo’, luneta... Hoje ele disse que não sabe o que é Punhal Verde e Amarelo, também não sabe o que é Operação Luneta, também não sabe o que é Copa 22, que ele nunca comentou com o presidente as reuniões, que não tinha absolutamente nada e disse que o presidente reagia dentro das quatro linhas da Constituição”, avaliou o advogado.

Segundo a PGR, o Cop 22 previa o assassinato de autoridades, como Moraes, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB). Já o plano “Punhal Verde e Amarelo” seria o planejamento organizacional do crime.


“Então me parece para a defesa, tirando um único fato que ele disse, a audiência foi ótima e vai ser explorada no decorrer da prova e amanhã o presidente vai prestar seus esclarecimentos”, finalizou.

Cid disse que Bolsonaro ‘enxugou’ minuta de golpe

Durante o interrogatório, Cid afirmou que o ex-presidente recebeu, leu e fez alterações em uma minuta de decreto golpista que previa a anulação das eleições de 2022. Segundo ele, Bolsonaro teria “enxugado” o texto original, retirando trechos que mencionavam a prisão de autoridades do Judiciário e do Legislativo.

“O presidente Jair Bolsonaro recebeu e leu esse documento. E fez algumas alterações no documento. De certa forma, enxugou o documento, retirando as autoridades das prisões”, disse Cid.

A minuta, segundo Cid, previa ainda a criação de uma nova comissão eleitoral para organizar um novo pleito, mesmo após o resultado oficial que elegeu Luiz Inácio Lula da Silva. “Seria produzir uma nova eleição baseada numa eleição anulada”, afirmou.

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