Motta critica aumento da máquina pública: ‘Não há justiça social com irresponsabilidade’
O presidente da Câmara dos Deputados afirmou que a atual situação do Brasil preocupa a todos
Brasília|Rute Moraes, do R7, em Brasília

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), criticou, neste sábado (7), o aumento da máquina pública no Brasil. Destacando que não se tratava de uma crítica ao atual governo ou aos anteriores, Motta explicou que a atual situação do Brasil preocupa a todos.
A declaração ocorre às vésperas de uma reunião com líderes partidários e com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sobre alternativas ao decreto do governo federal, que aumenta a taxação em algumas modalidades do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras). A ação do governo foi criticada pelo Congresso Nacional, que planeja derrubar a medida. O Legislativo negocia também alternativas ao aumento do imposto.
LEIA MAIS
“Nossa economia é moderna, sólida, tem bases fortes e instituições consolidadas. Ainda assim, estamos carregando um fardo e estamos aprisionados pelos interesses de poucos em detrimento de muitos. Presos a um modelo de Estado que gasta muito, entrega pouco e cobra cada vez mais de quem produz. Temos uma máquina pública que engorda enquanto o cidadão emagrece. Isso não é justo, afirmou o presidente da Câmara durante evento do Esfera Brasil.
Para Motta, o modelo atual de Estado se tornou uma “grande costureira” que, a cada crise, faz um “novo remendo no cobertor”. “Só que esse fio está acabando. E, se nada for feito, essa costureira morre e leva o país junto. Temos um modelo fiscal que, ao invés de organizar o presente, transfere as angústias para o futuro. Isso não é apenas ineficiência, isso é injustiça. Porque a conta sempre cai no colo do mais fraco”, prosseguiu.
O presidente da Câmara destacou que o cidadão comum “já apertou demais o cinto” e que, portanto, não é justo que o Estado continue expandindo. “É preciso dizer, com todas as letras, que não há justiça social com irresponsabilidade fiscal. Não há crescimento com improviso e não há futuro possível para um país que insiste em empurrar a conta a diante, esperando que ela se resolva por mágica ou discurso”, defendeu.
Conforme Motta, a boa política começa na elaboração do Orçamento do país, não na propaganda. Ele lembrou que a Câmara criou um grupo de trabalho para discutir uma reforma istrativa na máquina pública. O colegiado vai ter 45 dias para apresentar uma proposta.
“Estamos colocando na mesa de discussão um corte nas isenções fiscais que, ao longo do tempo, foram dadas em nosso país. Isenções que chegam a um número não mais possível de ar pelas contas”, disse.
Por fim, Motta afirmou que o Estado precisa “andar na velocidade da sociedade”, mas que, atualmente, “ele atrasa, trava e custa mais do que entrega”. “É hora de modernizar a nossa máquina pública. É hora de abandonar a lógica da acomodação e abraçar a lógica da transformação”, finalizou.
Fique por dentro das principais notícias do dia no Brasil e no mundo. Siga o canal do R7, o portal de notícias da Record, no WhatsApp