Suspeita de gripe aviária surpreende visitantes no zoo de Brasília: ‘Não precisa de pânico’
Zoológico de Brasília foi fechado por tempo indeterminado após um pombo e um irerê serem encontrados mortos no local
Brasília|Giovanna Inoue, do R7, em Brasília

Após o Zoológico de Brasília identificar dois casos suspeitos de gripe aviária nesta quarta-feira (28), o local foi fechado por tempo indeterminado. A notícia surpreendeu visitantes que estavam no local e precisaram ser retirados como medida de segurança.
O empresário Rafael Barbosa, de Goiânia, estava eando com amigos quando foi abordado por um funcionário do zoológico, que pediu para o grupo ir embora.
“No momento, fiquei um pouco preocupado. Indaguei ele se algum animal tinha escapado da jaula, alguma onça, mas ele disse que não tinha motivo para pânico e que poderíamos fazer a evacuação tranquilamente”, detalhou.
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Após sair do zoológico, Rafael disse que ficou preocupado ao ouvir que o fechamento foi por suspeita de gripe aviária. “Será que fui exposto ao vírus?”, questionou.
Segundo outros visitantes, o zoológico estava cheio de crianças em excursões escolares, com pelo menos sete ônibus no local.
Os funcionários responsáveis por avisar os visitantes que o zoológico precisava ser esvaziado não explicaram o real motivo, só disseram que o valor do ingresso seria reembolsado para todos.
Por precaução, os trabalhadores do zoo estão usando máscara facial.
O que diz o Governo do Distrito Federal
O GDF (Governo do Distrito Federal) informou que a decisão de fechar o zoológico foi tomada como medida de “segurança e cautela” após duas aves serem encontradas mortas no local: um pombo e um irerê.
“O fechamento preventivo segue os protocolos de biossegurança e tem como objetivo proteger a saúde dos animais, dos colaboradores e dos visitantes”, diz o texto do governo local.
Após a identificação das mortes das aves, o governo informou que amostras dos animais foram recolhidas pela Secretaria de Agricultura do DF e serão enviadas ao Laboratório Federal de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura e Pecuária para análise.
No texto, o Executivo local informou, ainda, que o Zoológico de Brasília monitora a saúde de todos os animais, mantendo protocolos “rigorosos de investigação” em casos de óbito.
“É importante esclarecer que essas aves são de vida livre, ou seja, não fazem parte do plantel do zoológico, mas circulam pelo local em razão da oferta natural de abrigo, água e alimento.”
A reabertura do zoológico será avaliada assim que os resultados laboratoriais forem concluídos e não houver risco à saúde pública. Por fim, o Governo do DF garantiu que não existem outros casos suspeitos de gripe aviária na capital.
“Reforçamos que não há nenhum outro caso suspeito registrado até o momento, seja entre animais de vida livre ou outras aves no Distrito Federal.”
A Secretaria de Agricultura destacou que “não há risco à saúde humana no consumo de carne de frango e ovos devidamente inspecionados”.
“A gripe aviária não é transmitida por meio da ingestão desses alimentos cozidos, mesmo quando provenientes de áreas afetadas. A transmissão do vírus ocorre apenas por contato direto com aves vivas infectadas, sendo o risco de infecção humana considerado baixo.”
Outros casos
Apesar da suspeita no zoológico, o caso não constava entre as investigações do Ministério da Agricultura e Pecuária até as 13h desta quarta-feira (28).
Até esse horário, o da pasta informava a investigação de sete possíveis casos da doença pelo país. São três casos em aves silvestres, três em animais de produção doméstica-subsistência e uma galinha de produção doméstica-comercial.
As cidades com casos investigados são Manacapuru (AM), Quixadá (CE), Icapuí (CE), Aurelino Leal (BA), Ilhéus (BA), Armação dos Búzios (RJ) e Anta Gorda (RS).
Nessa terça-feira (27), o Governo de Minas Gerais confirmou um caso da doença em uma ave ornamental em Mateus Leme, na região metropolitana de Belo Horizonte. Depois disso, o estado decretou situação de emergência sanitária animal.
“Essa medida emergencial é necessária para que Minas Gerais realize todas as ações de prevenção, contenção e enfrentamento à doença, incluindo a eventual mobilização de recursos humanos, materiais, tecnológicos e financeiros”, detalhou o governo mineiro.
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