‘Caça-comunistas’ e execução de ministros: PF revela grupo de assassinos de aluguel
Descoberta ocorreu após morte de advogado em 2023; Polícia Civil de Cuiabá concluiu que crime foi encomendado por fazendeiro
Cidades|Rafaela Soares, do R7, e Natália Martins, da RECORD, em Brasília

Durante as investigações do assassinato do advogado Roberto Zampieri — ocorrido em 2023 —, a Polícia Federal descobriu a existência de uma organização criminosa ligada à espionagem e a assassinatos por encomenda, envolvendo militares da ativa e da reserva.
Os investigadores apuraram que o grupo se autodenominava C4: Comando de Caça a Comunistas, Corruptos e Criminosos. Além disso, foi descoberto que a organização mantinha uma tabela de preços para os assassinatos. Os valores variavam de R$ 50 mil, para “figuras comuns”, a até R$ 250 mil, no caso de ministros do Judiciário.
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Por determinação do Supremo Tribunal Federal, estão sendo cumpridos cinco mandados de prisão preventiva, quatro mandados de monitoramento eletrônico, seis mandados de busca e apreensão nos estados de Mato Grosso, São Paulo e Minas Gerais, além das medidas cautelares de recolhimento domiciliar noturno, proibição de contato e saída do país, incluindo o recolhimento dos aporte.
O R7 tenta contato com as defesas, e o espaço permanece aberto (veja notas completas abaixo).
Alvos
Presos
- Aníbal Manoel Laurindo (mandante);
- Etevaldo Luiz Caçadini de Vargas (líder);
- Antônio Gomes da Silva (executor);
- Hedilerson Fialho Martins Barbosa;
- Gilberto Louzada da Silva.
Tornozeleira eletrônica
• Salezia Maria Pereira de Oliveira;
• Davidson Esteves Nunes;
• José Geraldo Pinto Filho;
• Peterson Venites Komel Júnior.
Segundo as autoridades locais, Zampieri foi morto em Cuiabá em decorrência de uma disputa por terras no estado. O principal suspeito de ser o mandante do crime, o fazendeiro Aníbal Manoel Laurindo, teria desconfiado de uma possível aproximação entre o advogado e o desembargador responsável pelo caso.
O advogado representava a parte contrária ao suposto mandante na disputa judicial pelas terras. Segundo os investigadores, a família dos acusados estava em posse do terreno, no município de Paranatinga, a 411 km da capital do estado, há mais de 20 anos.
Segundo a polícia, o produtor rural decidiu executar o advogado quando percebeu que perderia a causa. Outras três pessoas foram indiciadas pelo crime, o executor, o intermediário e o financiador.
Relembre o caso
A Polícia Civil de Mato Grosso indiciou, em julho de 2024, um fazendeiro apontado como mandante do assassinato do advogado Roberto Zampieri. O crime ocorreu em dezembro de 2023 em Cuiabá. Segundo as investigações da DHPP (Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa), a motivação seria a disputa na Justiça por uma propriedade rural, avaliada em R$ 100 milhões.
Roberto Zampieri tinha 57 anos quando foi emboscado e morto a tiros em frente ao próprio escritório no bairro Bosque da Saúde, na capital mato-grossense, em 2023. A vítima foi atingida pelo menos dez vezes antes de descer do carro que dirigia. Equipes de emergência chegaram a atender o advogado, mas ele não resistiu e morreu no local.
O advogado representava a parte contrária ao suposto mandante na disputa judicial pelas terras. Segundo os investigadores, a família dos acusados estava em posse do terreno, no município de Paranatinga, a 411 km da capital do estado, há mais de 20 anos. Segundo a polícia, o produtor rural decidiu executar o advogado quando percebeu que perderia a causa. Outras três pessoas foram indiciadas pelo crime, o executor, o intermediário e o financiador.
Defesas
Etevaldo Luiz Caçadini de Vargas
A defesa do Coronel ressaltou que, até o momento, não foi encontrado qualquer elemento ilícito relacionado aos acusados nas buscas realizadas na capital mineira. “Reiteramos nossa confiança nas instituições brasileiras e no trabalho responsável das autoridades competentes, bem como reafirmamos nossa convicção na inocência dos nossos constituídos”, afirmou.
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