Convocação da seleção brasileira: Carlo Ancelotti anuncia 1ª lista com medalhões e sem Neymar
Com Casemiro e Richarlison, técnico divulgou os 23 nomes que participarão das Eliminatórias Sul-Americanas da Copa do Mundo
Futebol|Carol Malheiro, do R7*

Carlo Ancelotti anunciou, nesta segunda-feira (26), a primeira lista no comando da seleção brasileira. O treinador convocou 23 jogadores que disputarão dois jogos das Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2026, em junho.
O Brasil vai enfrentar o Equador, no dia 5 de junho, e o Paraguai, no dia 10 do mesmo mês.
Convocação da seleção brasileira:
Goleiros: Alisson (Liverpool), Bento (Al-Nassr) e Hugo Souza (Corinthians).
Zagueiros: Alexsandro Ribeiro (Lille)*, Beraldo (PSG), Marquinhos (PSG) e Léo Ortiz (Flamengo).
Laterais: Alex Sandro (Flamengo), Carlos Augusto (Inter de Milão), Danilo (Flamengo), Vanderson (Mônaco) e Wesley (Flamengo).
Meio-campistas: Andreas Pereira (Fulham), Andrey Santos (Estrasburgo), Bruno Guimarães (Newcastle), Casemiro (Manchester United), Gérson (Flamengo) e Éderson (Atalanta).
Atacantes: Antony (Real Betis), Estêvão (Palmeiras), Gabriel Martinelli (Arsenal); Matheus Cunha (Wolverhampton), Raphinha (Barcelona), Richarlison (Tottenham) e Vinícius Júnior (Real Madrid).
*Convocado pela primeira vez para seleção brasileira principal
Veja também
Compromissos da seleção
Na quarta colocação das Eliminatórias, a Amarelinha precisa vencer os dois jogos que disputará para garantir a classificação com tranquilidade, sem depender dos resultados das demais equipes. Na Data Fifa de março, a seleção sofreu a sua maior derrota na história das Eliminatórias para a Argentina por 4 a 1 e venceu a Colômbia, em casa, por 2 a 1.
O Equador, primeiro adversário do Brasil, é vice-líder das Eliminatórias, atrás da Argentina. Já o Paraguai está na quinta colocação, empatado em número de pontos com o Brasil.
Ancelotti e a convocação
Carlo Ancelotti começou a convocação com elogios à CBF (Confederação Brasileira de Futebol). “É uma honra comandar a melhor seleção do mundo, tenho adiante um grande trabalho para que o Brasil volte a ser campeão”, disse o técnico italiano.
O treinador destacou os valores fundamentais que planeja trabalhar em sua gestão. “A estrutura da federação é muito bem organizada. Este é um trabalho de equipe, o mais importante é o ambiente que somos capazes de criar, um ambiente familiar, de respeito. É um desafio muito grande, o aspecto familiar é muito importante.”
Neymar fora da lista
Entre os 23 convocados, a ausência mais sentida desta convocação é a de Neymar Júnior. O craque do Peixe retornou de lesão na última quinta-feira (22), entrando no segundo tempo contra o CRB, pela Copa do Brasil. O treinador italiano justificou a escolha por deixar o atacante do Santos de fora.
“Como eu disse, nessa convocação, tentei selecionar jogadores que estão bem. Neymar acabou de voltar de uma lesão, começou a jogar novamente. Todo mundo sabe que Neymar é um jogador muito importante, contamos com ele. Há muitos jogadores que estão lesionados, como Neymar, Rodrygo [Real Madrid], Joelinton [Newcastle], Militão [Real Madrid], Ederson [Manchester City]. O que quero dizer é que temos muitos jogadores bons fora por lesão. No caso de Neymar, contamos com ele na equipe do Brasil, a sua melhor versão. Ele voltou ao Brasil para se preparar bem para o Mundial.”, disse o treinador italiano.
Casemiro
Ancelotti destacou o perfil de liderança do volante Casemiro, que retorna à seleção. “Um grande jogador, tenho a sorte e estar com ele. Acho que a seleção precisa deste tipo de jogadores, com carisma, personalidade e talento. O Brasil tem sempre um monte de jogadores talentosos, mas o futebol moderno requer compromisso, atitude, sacrifício. E isso o Casemiro tem. É um aspecto fundamental sobretudo para preparação para o Mundial”, disse.
Lado psicológico da seleção
O italiano destacou que “cada um tem seu caráter” e, de forma geral, elogiou a postura dos brasileiros para manter o equilíbrio mental durante as partidas. “Os jogadores brasileiros são capazes de escolher quando é hora de fazer as coisas sérias e outras para fazer de forma mais divertida”, afirmou.
Filosofia de trabalho
Questionado sobre o jeito de trabalhar, disse não ter uma filosofia definida. “Minha filosofia... Depois de 40 anos no futebol, não sei qual é a estratégia de um sistema que permite ganhar as partidas. Mas o sistema depende das características dos jogadores que você tem, para que estejam confortáveis em campo. A ideia que quero ter, aproveitar e desfrutar é a enorme qualidade que tenho neste país com esses jogadores. Toda essa qualidade para agrupar num único objetivo que é ganhar o Mundial”, disse.
Técnico do Brasil e diálogo com a sociedade
Ancelotti foi questionado se entendia a influência que o treinador da seleção exerce na sociedade brasileira. Neste ponto, o técnico foi claro:
“O que a sociedade espera de mim é um bom trabalho, voltar a ganhar a Copa do Mundo. Tenho isso bastante claro. Pelo conhecimento que tenho do futebol, com a experiência que tenho, esperam que faça um bom trabalho. É um povo que se conecta com a equipe, porque acho isso um aspecto muito importante. Para a CBF, é muito importante, assim como para os jogadores e equipe, que querem o apoio e a ajuda de um país”, avisou.
Brasil, Itália e as mudanças no futebol
Assim como a Itália, o Brasil não vive seus melhores dias no futebol nacional. Por isso, Ancelotti foi questionado sobre o que fazer para essas grandes seleções voltarem a ser protagonistas no futebol mundial.
“Futebol são gerações. Isso pode afetar. Creio que Itália e Brasil voltam no próximo ano e serão competitivos, porque Itália melhorou muito e o Brasil sempre está num nível muito alto. Tem que conectar o talento com o sacrifício”, resumiu.
Vinícius Júnior e estilo de jogo
“É um jogador extraordinário, fantástico, lutador. A verdade é que o jogador brasileiro tem muito carinho pela seleção, às vezes afeta um pouco a naturalidade de pensamento, porque tem muita pressão. [...] Estou 100% certo de que Vinícius estará em seu mais alto potencial”, afirmou o italiano sobre seu ex-comandado no Real Madrid.
Êxodo de jogadores brasileiros
Ancelotti precisou responder sobre os impactos que a saída precoce de atletas do Brasil rumo à Europa causam na identidade no estilo de jogo da seleção brasileira.
“O futebol mudou muito, as regras também. Os brasileiros saem do Brasil desde os anos 80 e seguem saindo porque o Brasil segue produzindo grandes talentos. A [seleção] sub-20 e sub-17 ganharam campeonatos no ano ado. A produção de talento no Brasil é sem fim, não vai afetar para nada. Essa produção seguirá assim”, disse.
Apelido de Carlinhos e recepção no país
“[Risos] A recepção foi espetacular. Tenho que agradecer a todos os torcedores, me sinto em casa. Somos parecidos. Os italianos não têm essa alegria, mas eu sim. A mim, agrada muito essa atitude e me sinto em casa. Vai nos ajudar a tirar o melhor de nós. É um trabalho com responsabilidade. [...] Treinamos a seleção nacional do Brasil, isso é algo bem forte para nós”, encerrou.
*Sob supervisão de Raphael Hakime, editor chefe do R7