Jornais estrangeiros reagem à estreia de Ancelotti na Seleção: ‘Brasil é sombra do que foi’

A estreia do técnico italiano Carlo Ancelotti no comando da Seleção Brasileira, na noite desta quinta-feira (5), terminou em um empate sem gols contra o Equador, em Guayaquil, pelas Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo de 2026.

O desempenho apagado do Brasil, marcado por dificuldades na criação, erros de e e atuações individuais discretas, foi alvo de duras críticas da imprensa internacional, que comparou o time atual a grandes esquadrões canarinhos do ado.

O jornal espanhol Marca, que acompanhou de perto a trajetória vitoriosa de Ancelotti no Real Madrid, foi contundente. “Este Brasil é uma sombra do que foi”, escreveu em uma reportagem.

A publicação relembra craques como Ronaldo, Romário, Roberto Carlos e Denílson, lamentando o futebol “sem açúcar e sem jogo bonito” apresentado em campo pela atuação Seleção.

“Pelo visto, o treinador terá muito trabalho se quiser que o mundo volte a temer a camisa verde e amarela”, disse o jornal, acrescentando que o Brasil foi dominado pelo Equador, jogou recuado e não criou chances de gol.

O também espanhol Diario As foi igualmente crítico. “Ancelotti tem um problema sério”, disse. Isso porque, para o jornal, o Brasil iniciou um “novo ciclo, mas com a mesma cara de sempre”, sofrendo com a posse de bola e sem ideias para construir jogadas.

“O time verde e amarelo sofria, quase agonizava, sempre que tinha a bola”, observou o jornal. Para os espanhóis, o renomado técnico conseguiu operar um “milagre” em sua primeira partida.

Na Argentina, o Olé adotou um tom mais analítico ao dizer que o desafio de Ancelotti é de resgatar a essência da Seleção Brasileira. “Longe de ter o talento individual e a hierarquia de anos anteriores, o time atual não tem nada a perder. Sem uma estrutura, eles enfrentam enormes dificuldades”, publicou o jornal, que viu no jogo “sem brilho” um reflexo das limitações deste elenco.

No Reino Unido, a rede BBC também classificou a estreia de Ancelotti como “sem brilho”, enquanto na Itália, terra natal do treinador, o Corriere dello Sport lamentou que “não foi a estreia que Carlo Ancelotti esperava”.

O jornal italiano apontou a falta de fluidez na movimentação da equipe e as poucas oportunidades criadas diante de um adversário agressivo.

Como foi o jogo

Em campo, o Brasil mostrou um esboço de padrão tático, com recomposição rápida e tentativas de ataques em profundidade, mas esbarrou em erros de e frequentes, especialmente no primeiro tempo.

Ancelotti optou por escalar o jovem Estêvão entre os titulares, mas o jogador, assim como Richarlison, Gerson e Bruno Guimarães, teve atuação discreta, focada mais em tarefas defensivas.

No segundo tempo, as entradas de Matheus Cunha e Gabriel Martinelli deram um leve impulso ofensivo, mas insuficiente para mudar o placar. O Equador, que chegou a ameaçar com três finalizações perigosas, parou nas mãos do goleiro Alisson.

A estreia de Ancelotti marca a primeira vez que um técnico estrangeiro comanda a Seleção Brasileira e com possibilidade de liderá-la em uma Copa do Mundo, algo inédito na história do time pentacampeão.

Apesar das críticas, o treinador teve apenas três treinos com um elenco bastante modificado, o que pode justificar o desempenho abaixo do esperado.

“Foi uma partida muito boa a nível defensivo, vi a equipe melhor com a bola, com um jogo um pouco mais fluído. No final, foi um bom empate e saímos satisfeitos, com confiança para o próximo jogo”, disse Ancelotti na coletiva pós-jogo.

O Brasil tem 22 pontos e permanece na quarta colação da tabela das eliminatórias. A Seleção corre risco de ser superada pela Colômbia, que enfrenta o Peru nesta sexta-feira (6).

A equipe brasileira enfrenta o Paraguai na próxima terça-feira (10), às 21h45, na Arena Corinthians. Os paraguaios ultraam a Seleção depois da vitória sobre o Uruguai, por 2 a 0, na quinta. Agora, ocupam a terceira posição, com 24 pontos.