Ucrânia diz ter provas de que China fornece equipamentos para fábricas militares da Rússia
País asiático forneceria máquinas, produtos químicos e componentes elétricos para indústria russa; Pequim nega
Internacional|Do R7

O chefe do serviço de inteligência estrangeira da Ucrânia, Oleh Ivashchenko, disse que o país tem provas de que a China estaria fornecendo equipamentos e materiais para a indústria militar da Rússia.
A declaração foi feita por Ivashchenko durante uma entrevista à agência de notícias ucraniana Ukrinform na segunda-feira (26). Ele disse que a Ucrânia pode confirmar o suposto envolvimento chinês com 20 fábricas militares russas.
Leia mais
De acordo com o oficial, a China estaria fornecendo máquinas-ferramentas, produtos químicos especiais, pólvora e componentes para a indústria de defesa de Vladimir Putin. Ele destacou que 80% dos componentes eletrônicos críticos encontrados em drones russos no início deste ano tinham origem chinesa.
Além disso, a inteligência ucraniana teria identificado pelo menos cinco casos de cooperação entre Rússia e China no setor de aviação entre 2024 e 2025, envolvendo transferência de equipamentos, peças de reposição e documentação técnica. Seis casos de grandes remessas de produtos químicos especiais também foram registrados, embora sem detalhes adicionais.
Nesta terça-feira (27), a China negou as acusações. O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Mao Ning, afirmou em coletiva de imprensa que Pequim nunca forneceu armas letais a qualquer parte do conflito na Ucrânia e que controla rigorosamente itens de uso duplo.
“O lado ucraniano sabe disso muito bem, e a China se opõe firmemente a acusações infundadas e manipulação política”, declarou Mao Ning.
As tensões entre Ucrânia e China sobre o tema não são novas. No último mês, o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky acusou publicamente a China de fornecer pólvora e materiais para fabricantes de armas russos.
Em abril, Zelensky também disse que os serviços de inteligência do país identificaram pelo menos 155 cidadãos chineses lutando ao lado das forças russas no leste ucraniano.
Pequim classificou as alegações como “infundadas”, mas Kiev respondeu impondo sanções a três entidades chinesas.
Ivashchenko também revelou que a inteligência ucraniana detectou o uso de empresas de fachada e substituições enganosas de nomes de produtos para facilitar o fornecimento de microeletrônica à Rússia.
Apesar de Pequim projetar uma imagem de neutralidade no conflito, a cooperação comercial e econômica com Moscou aumentou desde a invasão da Ucrânia, em fevereiro de 2022, segundo a emissora Al Jazeera.
Fique por dentro das principais notícias do dia no Brasil e no mundo. Siga o canal do R7, o portal de notícias da Record, no WhatsApp