Advogado de primo de Nikolas Ferreira preso em MG diz que cliente não sabia de droga
Afirmação do advogado contradiz versão dada pela polícia; motorista foi flagrado transportando 30 kg de maconha
Balanço Geral MG|Do R7
O jornalismo da RECORD MINAS teve o, com exclusividade, ao vídeo da audiência de custódia que terminou com a prisão preventiva do motorista Glaycon Raniere de Oliveira Fernandes, de 28 anos, flagrado transportando 30 kg de maconha em Uberlândia, a 537 km de Belo Horizonte. Glaycon é primo do deputado federal Nikolas Ferreira (PL).
No vídeo, o advogado Alessandro Virgolino Firmino Campos Lemos, defensor de Glaycon, afirma que o cliente não tinha ciência de que estava levando drogas e que, na realidade, ele quer delatar todas pessoas envolvidas no episódio. A afirmação do advogado contradiz versão dada pela polícia.
"No relatório do delegado, ele menciona que o meu cliente confessou que sabia da existência da droga no porta mala. E, no próprio depoimento dele, colhido aí nos autos, em momento nenhum ele confessa isso. Então, o relatório do delegado está relatando uma coisa que não foi confessada. E o relatório está constando que ele confessou a existência de droga que só tinha ciência dessa droga. Ele quer contribuir com todas as informações, inclusive ele quer delatar todas as pessoas envolvidas nas circunstâncias, ele quer delatar. Assim ele quer descrever quem que contratou", afirmou o advogado.
De acordo com a decisão judicial que decretou a prisão preventiva, uma equipe da Polícia Federal recebeu informações no dia 23 de maio deste ano que um veículo Toyota Etios de cor prata estaria em situação suspeita próximo a delegacia da PF em Uberlândia. A partir dessas informações, os policiais avistaram o carro em alta velocidade na rodovia sentido Belo Horizonte. Durante a abordagem, o motorista do carro informou que havia droga no bagageiro, já o ageiro disse não ter conhecimento. O conduzido informou que transportava a droga até Nova Serrana sem informar maiores detalhes sobre quem receberia a carga.
Ainda segundo a decisão judicial, havia no veículo 30,2 kg de substância semelhante à maconha, além de 3,82 g de cocaína, conforme laudos preliminares anexados aos autos. Além do suspeito e do advogado, participaram da audiência de custódia o juiz José Roberto Poiani e o promotor de Justiça Airton Nepomuceno, que defendeu a conversão da prisão em flagrante para prisão preventiva.
Questionado pelo juiz, Glaycon afirmou que trabalha como motorista autônomo, mora em casa própria da mãe e que não sofreu violência durante a abordagem policial. Ao ter a prisão preventiva decretada pelo juiz, Glaycon afirmou que gostaria de falar, o que não foi permitido no momento.
Outro lado
O deputado federal Nikolas Ferreira, por meio de advogado, declarou: "Se ele errou, que pague. Senão, que a justiça seja feita. Não posso responder pelos atos dos meus parentes. Principalmente quando não tenho nenhum envolvimento. Que todos os envolvidos sejam responsabilizados, como deveria ser em qualquer outro crime".
O advogado do primo do parlamentar afirmou que o cliente é inocente. “Acreditamos que se provará sua inocência através do Poder Judiciário. No momento, estamos aguardando a juntada de documentos e informações no processo para posteriormente fornecer maiores esclarecimentos. No entanto ele é motorista de aplicativo, desconhece o que estava transportando e está totalmente disposto a contribuir com as investigações".
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