Ancelotti aliviado com a vitória contra o Paraguai. Mas avisa, preocupado. ‘Temos de trabalhar.’ E abre espaço para Neymar. Falta um ano para a Copa
Brasil encurralou o Paraguai no primeiro tempo até Vinícius Junior marcar. No segundo tempo, travou a partida e garantiu a vantagem por 1 a 0. “Fizemos um jogo completo”, resumiu Ancelotti

11 de junho de 2025.
Falta exatamente um ano para o início da Copa dos Estados Unidos.
A Seleção conseguiu seu objetivo nas mais tumultuadas Eliminatórias, com direito a três treinadores diferentes.
Carlo Ancelotti teve seu presente de 66º aniversário.
Veio a desejada vitória, na arena Neo Química lotada.
1 a 0, gol de Vinícius Junior.
O treinador italiano conseguiu quatro pontos, nos seis que disputou debutando no comando do Brasil. Mas ele não se deixou enganar. Sabe que terá de trabalhar intensamente neste ano para formar o time ideal para o Mundial.
A equipe de ontem foi competitiva, de muita movimentação, segura, forte fisicamente, mas longe de ser confiável contra os principais selecionados europeus.
“Creio que foi um bom jogo, muito bom no primeiro tempo, jogamos bem, com a posse de bola, controlando, embora tenhamos concluído pouco. Baixamos o ritmo no segundo tempo, mas no geral achei um jogo completo, estamos bem contentes.
“Temos que trabalhar, temos um ano.”
Ancelotti sabe que o prazo é curto.
O Brasil acabou desperdiçando três anos de preparação. Ramon Menezes, Fernando Diniz e Dorival Junior fracassaram à frente da Seleção.
Ancelotti chegou e precisa estruturar um time para o principal objetivo, voltar a vencer a Copa do Mundo, depois de 24 anos.
“Tenho uma lista ampla de jogadores que estão em todo mundo, no Brasil, Europa, Arábia. Tem uns 70 jogadores. Teremos tempo de avaliar cada um. Que todos esses 70 podem ir ao Mundial. Não há uma lista definitiva de 25, 26. Gostei muito da atitude, do compromisso e do ambiente que esses convocados trouxeram nessa primeira convocação.”
Entre estes 70 jogadores, com certeza está Neymar.
“Vi Neymar no hotel, demos um abraço. Quando estiver bem, ele poderá jogar em qualquer lugar do campo. Hoje poderia fazer a mesma função de (Matheus) Cunha, como o número 10. Nessa posição pode ser muito perigoso.
“Hoje (ontem) jogamos com quatro atacantes, o time teve equilíbrio. Não é problema de jogar com quatro, três ou dois atacantes. É ter 10 jogadores que correm, que se sacrificam. Rodrygo fez isso muitas vezes, conhecemos muito bem. Neymar também pode fazer isso sem problema.”
O técnico italiano estava muito à vontade na coletiva. Efeitos da vitória, que classificou o Brasil ao Mundial, e sua alegria com o incrível que a torcida fez nas arquibancadas, com a seguinte frase: “Parabéns, Carletto”.

Perguntado sobre a pressão que o time fez no primeiro tempo, sufocando o Paraguai, ele se mostrou empolgado.
“Futebol tem que ter intensidade com a bola e sem a bola. A pressão é importante pois não permite o rival de ter tempo para jogar como quer. Há um problema, porque precisa correr para fazer a pressão, tem que sacrificar, ter compromisso e atitude. E a equipe teve isso nos dois jogos.
“Queríamos fazer mais pressão no Equador, mostrar uma versão distinta. Nesse jogo fizemos bem. Pressionar é muito importante.”
O Brasil começou a partida com alterações em relação ao time que apenas travou o Equador em Guayaquil. Ontem, não, a equipe propôs o jogo. E usou toda a influência da eufórica torcida paulista
“A ideia era mudar um pouco o setor ofensivo. Martinelli mudou de posição com Vini, Cunha ajudou na posse de bola no ataque. Cunha, Martinelli, Raphinha...o time combinou bem; Vanderson empurrou muito o Paraguai pelo lado direito. Jogaram bem e por isso estou contente.”
Richarlison, Gerson e Estevão não fizeram falta.
Vinícius Júnior, autor do gol, mostrava a evidente alegria pela classificação à Copa. Mas itia que o Brasil não fez uma grande partida, apesar da vitória.
“Muito feliz com o resultado de hoje. Era necessário ganhar em casa para nossa torcida também e classificar para a Copa do Mundo, que era nosso objetivo.
“Agora o Mister vai ter mais tempo para trabalhar, para ver o que pode melhorar. Hoje não foi dos nossos melhores jogos, mas o importante nas Eliminatórias é ganhar e preparar muito bem para a Copa do Mundo.”
O jogador do Real Madrid está suspenso e não enfrenta o Chile, na próxima partida da Seleção nas Eliminatórias.
Chamou muito a atenção o desabafo de Alisson. Ele reclamou que a briga de poder na CBF acabou atingindo o time.
“Questões externas nos entristecem. A Seleção ar por esse tipo de coisa (crise política)... Mas faz tempo que é assim, não é de agora. Dentro de campo sempre foi blindado, mas nesse ciclo não.
“Pelas incertezas, sem convicção do que estava sendo feito. Primeiro um interino (Ramon), depois o Diniz, que é um excelente profissional, mas estava comandando um clube. Depois entrou Dorival, tentou ter mais tempo, mas não deu certo.
“Ancelotti era o plano principal de sempre. Está trazendo alegria, blindagem, segurança. Tudo o que ele fala tem peso diferente.”
Ancelotti ganhou mais tranquilidade com a classificação antecipada ao Mundial. E já busca novas soluções para a Seleção. Incluindo Neymar.
Finalmente, o Brasil tem um treinador de respeito.
Desperta o respeito no mundo.
E, vencedor de cinco Champions League, não tem porque iludir ninguém com a classificação antecipada, e obrigatória, à Copa dos Estados Unidos.
“Temos de trabalhar”...
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