Análise: reunião trilateral é 'xeque-mate' de Zelensky, que vive momento difícil na guerra
Segundo professor Leonardo Trevisan, presidente ucraniano 'entrega os anéis' a Trump para 'não entregar os dedos' a Putin; entenda
Conexão Record News|Do R7
Volodymyr Zelensky propôs, nesta quarta-feira (28), uma reunião trilateral entre ele, Donald Trump e Vladimir Putin. O presidente ucraniano afirmou que, se o presidente russo não está confortável com uma reunião bilateral, não há problema em envolver os Estados Unidos, e que está preparado para qualquer formato de negociação.
"Zelensky está em uma situação em que ele tem que criar fatos favoráveis a um cessar-fogo. Esse fato é o xeque-mate mais eficiente que ele podia pensar", analisa Leonardo Trevisan, professor de Relações Internacionais da ESPM, em conversa com o Conexão Record News.
"É verdade que, implícita a essa situação, está uma situação em que a Ucrânia se submete diretamente às decisões americanas, mas a Ucrânia não está em momento de escolher. A Rússia sabe disso e está pressionando", completa. Ainda segundo Trevisan, "Zelensky está entregando os anéis para não ter que entregar os dedos", ou seja, ele prefere se submeter a Trump a ceder a Putin.
Nessa analogia, os "anéis" seriam as terras ucranianas de metais raros. Já os "dedos" se referem à expansão russa. Nesse caso, Trump, como mediador, prefere os anéis ou os dedos? De acordo com Trevisan, a mentalidade empresarial do presidente norte-americano aponta para as terras ucranianas em detrimento da diplomacia com a Europa. "É bastante provável que Trump, numa escolha como essa, prefira os metais raros. Esse é o ponto. Ele sabe perfeitamente que a China está negando e tem grande poder sobre esses metais raros", argumenta.
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